Desde final de 2008 que tenho colaborado mensalmente com a Sportlife. No Outside relato as minhas aventuras pelo nosso maravilhoso país e passarei também a partilhá-las convosco aqui. Às vezes colocarei aqui qualquer outro passeio que realize. Gostaria muito que me dessem a vossa opinião, se fizerem algum desses passeios ou simplesmente se vos der vontade disso. Digam-me que mais informações gostariam de ver publicadas nos nossos artigos.

Estarei à vossa disposição para qualquer dica extra que precisarem para fazer alguma destas aventuras ou outras.

Espero que gostem e se aventurem!

Filipe Palma

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Out 08 - Cycling Outdoor?

Fazes Cycling no teu ginásio? E porque não um treino de Cycling no meio da natureza?



O Cycling surgiu como uma alternativa de treino ao ciclismo tradicional de estrada. Em épocas de frio, chuva ou neve ou mesmo em horas sem luz solar continuou a ser possível aos atletas continuarem os treinos com as suas bicicletas. Hoje em dia é indispensável aos profissionais, até como uma variação do tipo de treino e por isso como factor de motivação.

Por outro lado, muitos de nós que começaram a fazer Cycling nos ginásios, antes de ir trabalhar, ao fim do dia para descomprimir ou até num “buraquinho” à hora do almoço porque é o único tempo disponível do trabalho e da família, não conhecem o treino de bicicleta a não ser sempre no mesmo lugar. Aqui, os factores de motivação são normalmente as instruções dum professor entusiasmado e da música adequada aos diferentes ritmos marcados pelo professor.

E alguns de nós até fazemos passeios de BTT mas...passeios não são treinos!

Fomos até à Serra de Sintra, uma jóia da natureza do nosso país que está integrada no Parque Natural de Sintra-Cascais. À volta, muito perto encontra-se mais de 20% da população portuguesa.




Em Sintra não é fácil passear de bicicleta a não ser para quem tem uma boa preparação física específica de ciclismo. Poucos são os caminhos e trilhos planos e muitos deles são bastante íngremes, ideais para Cycling Outdoor. Em Sintra ou se sobe ou se desce. E se encaramos essa “sessão” como um treino acabamos por fazer o trabalho do ginásio, desenvolvemos a nossa capacidade cardio-respiratória, a resistência e a força das nossas pernas. Tudo isto além de um gasto de calorias que muitas vezes é o principal objectivo das pessoas que fazem exercício físico. Só que em Sintra, como em inúmeras serras no nosso país, estamos também a apanhar ar fresco, estamos a conhecer património natural, estamos permanentemente a mudar de cenário. E isso é altamente motivador.

Após um aquecimento articular combinado com alguns alongamentos partimos do Convento dos Capuchos. Poderíamos também ter partido da Lagoa Azul, da Barragem do Rio da Mula, da Malveira da Serra, da Peninha ou qualquer lugar onde houvesse um estacionamento para deixarmos para trás os nossos carros.

Na direcção da base da Pedra Amarela descemos um pouco para logo a seguir, à direita começarmos a subida até à base. A subida alterna entre zonas mais e menos íngremes. É o nosso aquecimento muscular e tal como no ginásio pomos as mudanças mais leves de forma a ter muita rotação nas pernas “puxando” pelos pulmões e não forçando demasiado as articulações e os ligamentos.

Na base da Pedra Amarela partimos para o topo onde encontramos uma torre de observação e detecção de incêndios. Também esta subida muito inclinada a fizemos com as mudanças mais leves. É o treino cardio-respiratório. A subida custa bastante mas fomos animados pela perspectiva duma vista fantástica sobre toda a península de Cascais e que alcança em dias de boa visibilidade a Ponte 25 de Abril, o Cristo Rei e o Cabo Espichel. Para baixo fomos a descansar e, novamente da base, cruzámos a estrada de alcatrão e seguimos por um estradão para a Peninha. Aqui, as subidas são de troços mais compridos e naturalmente mais longos. Continuámos com uma rotação rápida, sempre a trabalhar a resistência.

Quando se pedala em Sintra, e nesta perspectiva de treino, a ideia é ter em mente a localização dos principais picos e fazer a ligação entre eles através dos acentuados desníveis. Para além da Pedra Amarela há a Peninha, o Monge, a Cruz Alta entre outros. A subida para cada pico é “quando o professor puxa por nós”, é quando “a música também acelera”. A descida para o próximo pico é o momento do descanso, normalmente mais curto. Quando se treina em conjunto o grupo pode definir um tempo para o esforço e um tempo de descanso.




Na Peninha, para sul apreciámos a maravilhosa vista sobre a praia do Guincho, e para norte a praia Grande, a Ericeira e o Convento de Mafra. Continuámos até ao Monge e daqui avistamos um pouco do lado este da serra com a Cruz Alta e o Palácio da Pena.

No caso da Serra de Sintra a variedade de caminhos e trilhos é tal que é possível fazer sempre um itinerário diferente. As vistas são sempre espectaculares.

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