Desde final de 2008 que tenho colaborado mensalmente com a Sportlife. No Outside relato as minhas aventuras pelo nosso maravilhoso país e passarei também a partilhá-las convosco aqui. Às vezes colocarei aqui qualquer outro passeio que realize. Gostaria muito que me dessem a vossa opinião, se fizerem algum desses passeios ou simplesmente se vos der vontade disso. Digam-me que mais informações gostariam de ver publicadas nos nossos artigos.

Estarei à vossa disposição para qualquer dica extra que precisarem para fazer alguma destas aventuras ou outras.

Espero que gostem e se aventurem!

Filipe Palma

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Jun 09 - Arrábida a Pé, Pico do Formosinho



Subi a íngreme encosta envolvido por intensos verdes mediterrânicos. No topo avistei o azul sem fim do Atlântico. E desci na direcção do Portinho, uma praia de características únicas no nosso país.

Nesta Primavera voltei à Serra da Arrábida. Em vez do espectacular passeio em kayak que vos sugeri no final do Verão passado resolvi caminhar. Neste parque natural há caminhadas muito bonitas de diversas durações e com vários níveis de dificuldade. Alem de passear na natureza, um dos meus objectivos era melhorar a minha forma. Escolhi por isso um dos itinerários mais "puxados", não propriamente pelo nível técnico mas pelo nível físico. A subida ao Pico do Formosinho, o ponto mais alto desta serra, encaixou perfeitamente nestes objectivos e, preparado com o meu pic-nic, comecei cedo.



Deixei o carro nos Casais da Serra. Da estrada de alcatrão sai uma estrada de terra na direcção do parque de campismo dos Picheleiros, um outro ponto possível de partida. Caminhei por entre quintas, na base desta magnifica serra. Aqui, a estrada é praticamente plana e serve como um bom aquecimento. Este percurso pedestre não tem indicações nem nenhum painel interpretativo pelo que um mapa com a rota identificada é bastante recomendável. Pouco depois da Quinta da Ramada, logo a seguir a uma curva apertada para a esquerda, sai um caminho para a direita, a subir ligeiramente. Uns metros logo a seguir, novamente para a direita, sai um trilho muito estreito com vegetação densa a envolve-lo. É aqui que começa a subida propriamente dita de atravessamento da serra ate ao Portinho da Arrábida.

Subi pelo trilho em zig-zag. As muitas arvores e arbustos à minha volta tornam esta secção agradavelmente fresca, mesmo no Verão. Cheguei a uma clareira onde a subida é temporariamente interrompida por um pequeno planalto. Procurei a continuação do trilho à direita e continuei a subir até encontrar uma pequena rampa de seixos. Por debaixo de algumas pequenas árvores o trilho sobe para a direita cortando a encosta. A subida passa a ser muito íngreme e, em algumas zonas, com algumas pedras soltas. Aqui temos que redobrar as nossas atenções e ser muito cuidadosos. A partir daqui, a qualquer momento, podemos olhar para trás e desfrutar de vistas amplas. As paragens são, por isso, oportunas e um óptimo pretexto para descansar. A combinação desta vegetação rasteira, tipicamente mediterrânica, com as imponentes paredes de pedra calcária dão à Serra da Arrábida um carácter único e especial. Quando chegamos ao cimo da encosta o trilho torna-se cada vez mais suave. Aqui há várias opções e, para chegarmos ao ponto mais alto da serra, temos que escolher o caminho da esquerda, bem marcado entre os densos arbustos cortados. Umas dezenas de metros mais acima encontramos um marco geodésico. É o cume da Serra da Arrábida, o Pico do Formosinho, com 500 metros de altitude. Para norte, avistamos toda a margem sul de Lisboa, a costa do Estoril e Cascais e a Serra de Sintra. No quadrante este podemos observar Azeitão e Palmela. Para oeste, a continuação deste património valioso que é o Parque Natural da Arrábida e para sul o vasto Oceano Atlântico. Em dias de boa visibilidade conseguimos alcançar com o nosso olhar a península de Tróia e toda a costa de praias ate ao Cabo de Sines.

No Pico do Formosinho fiz o meu pic-nic e continuei a minha caminhada na direcção do Portinho da Arrábida. A vegetação intransponível obriga-nos a caminhar pelos trilhos e, embora haja mais que uma opção, temos que dirigir-nos ao mar. Um pouco mais à frente há uma passagem rochosa um pouco mais difícil mas transponível. A partir daqui o trilho volta a ficar coberto de árvores e arbustos ate chegarmos à estrada de alcatrão. Viramos à direita e continuamos a descer pela estrada ate ao Convento da Arrábida, espectacularmente localizado. Logo a seguir, viramos à esquerda pelo trilho, novamente na sombra das árvores. Por fim, voltamos a encontrar uma estrada de alcatrão, junto ao acesso ao Portinho da Arrábida. Seguimos pela estrada e chegamos à praia.

Este percurso é linear e temos que antecipar o regresso, ou com um carro de um amigo entretanto deixado no final do trilho, ou com recurso a um táxi previamente combinado. Este percurso pode ser feito em qualquer época do ano. É um percurso bastante exposto e devemos sempre levar agasalhos, água e um farnel. Evitá-lo com dias de chuva.

Se quiseres fazer um dos nossos passeios não hesites em nos contactares.

Se já fizeste diz-nos como foi.

Participa!

2 comentários:

Claudio Teixeira disse...

Boa tarde!

Após ler uns artigos seus na sport life e descobrindo o seu blog, gostaria de lhe perguntar se os caminhos da arrábida estão identificados no terreno, ou se o uso de um mapa e totalmente imprescindível, e se assim for, onde posso conseguir uma carta do terreno. Faço-lhe todas estas perguntas pois quinta feira vou fazer a minha primeira caminhada.


obrigado,
Claudio Teixeira
Claudioo182@live.com.pt

Silvia disse...

Bom dia,

Gosto muito de subir a Serra da Arrábida e estava mesmo à procura da carta topográfica para o Pico do Formosinho, pode-me dizer qual é o número? A escala é 1:25000?

Desde já agradeço a ajuda,
Cumprimentos,
Sílvia Duarte